Fome oculta

Fome oculta

Ainda que a desnutrição infantil esteja associada à fome, ela também pode ocorrer em crianças de melhores condições socioeconômicas e que aparentemente são bem alimentadas. Nesse caso, o problema não é a falta de alimentos, e sim a qualidade deles.

A fome oculta ocorre quando os alimentos presentes na dieta não são nutritivos. A comida pode ser deficiente em micronutrientes como, por exemplo, a vitamina A e ferro, necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê.

Diagnosticar a fome oculta pode ser mais difícil, pois o bebê não manifesta os sinais clássicos da desnutrição, como perda de peso e falta de concentração. A condição pode, inclusive, se manifestar em crianças obesas quando tendem a comer mais comidas gordurosas e desbalanceadas em detrimento de alimentos saudáveis. A alimentação inadequada é uma das primeiras pistas para investigar a saúde da criança. Quando a doença está mais desenvolvida, sintomas podem aparecer, como cansaço em excesso e desinteresse. Para fazer o diagnóstico, o médico poderá pedir exames bioquímicos para medir níveis de nutrientes no organismo, como ferro e vitamina A.

A fome oculta afeta a saúde e vitalidade e pode ter consequências sérias como carência de iodo, vitamina D, vitamina A e anemia por deficiência de ferro. A carência de ferro pode comprometer o desenvolvimento intelectual e psicomotor da criança. Já a falta de vitamina D pode afetar a visão, podendo até causar cegueira total, e debilita o sistema imunológico. O iodo pode evitar vários problemas de saúde, como retardo do crescimento e comprometimento do desenvolvimento cerebral.

Como prevenir e tratar a desnutrição infantil
O primeiro passo é esclarecer a família sobre as causas e consequências da desnutrição. Desde a gestação, os pais devem ser orientados sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementar até os dois anos, assim como a dieta ideal na hora de introduzir alimentos sólidos na alimentação.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o vínculo entre bebê e família também é importante. Em caso de desnutrição, o laço deve ser reavaliado para entender se há uma relação afetiva e saudável. A participação do responsável na vida da criança é fundamental para garantir que se alimente adequadamente e não tenha problemas de saúde de ordem física ou emocional.

O bebê desnutrido deve ser acompanhado pelo médico pediátrico mensalmente. Ele poderá receitar suplementos nutricionais, como ferro, ácido fólico e vitamina A, conforme o caso, ou encaminhar para um nutricionista especializado, que formulará a melhor dieta para o pequeno.

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